A VOZ DO MORRO MIRACEMA RJ: HISTÓRIA DE MIRACEMA
MIRACEMA-RJ -
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HISTÓRIA DE MIRACEMA

MIRACEMA RJ

História

A colonização do território do Município de Miracema é atribuída aos esforços de D. Ermelinda Rodrigues Pereira, primitiva proprietária das terras que constituem o distrito sede.

Capela de Santo Antônio em Miracema. Século XIX.
Segundo a tradição, por volta de 1846, a referida senhora mandou erigir, no local onde atualmente existe a praça que tem seu nome, uma capela dedicada ao culto de Santo Antônio. Era intenção de D. Ermelinda transformar suas propriedades em bens de uma paróquia, que pretendia entregar, mais tarde, a um de seus filhos, de nome Manoel, que concluíra seus estudos em um seminário de Mariana – MG. Prosseguindo com seu intento, a referida senhora doou 25 alqueires de terra, dos 2.000 que possuía, para a formação da futura freguesia de Santo Antônio, posteriormente, Santo Antônio dos Brotos. Deve-se a mudança de nome ao fato de um dos sólidos esteios da capela construída por D. Ermelinda ter brotado, fato que a crendice popular atribuiu a um milagre, acrescentando ao nome do padroeiro Santo Antônio, a designação de “dos Brotos”.
O crescimento da povoação motivou em 26 de Janeiro de 1880, a criação do Distrito Policial de Santo Antônio dos Brotos.
Em 9 de setembro de 1881, foi criado o Distrito de Paz e, em 13 de abril de 1883, atendendo à solicitação da comunidade através da Câmara de Pádua, o governo provincial resolveu mudar a denominação de Santo Antônio dos Brotos para o de Miracema, que, no idioma tupi guarani significa ybira – pau, madeira e cema – brotar e, em se tratando de eufonia da palavra, sugeriu o Dr. Francisco Antunes Ferreira da Luz que se trocasse o Y por M.

Geografia

Miracema tem como municípios limítrofes:
  • Ao Norte: Itaperuna e Laje do Muriaé.
  • Ao Sul: Santo Antônio de Pádua (Rio de Janeiro).
  • A Leste: São José de Ubá.
  • A Oeste: Palma (MG).
O Município de Miracema situa-se a 21° 24’50” de latitude sul e 42o11’52” de longitude oeste.
Miracema está à margem das Rodovias Estaduais RJ 116 e RJ 200. Através da RJ 116, o Município liga-se à BR 356, que se une à BR 101 em Campos dos Goitacazes e à BR 116 em Muriaé (MG). Em direção ao sul, a RJ 116 liga MIRACEMA a Santo Antônio de Pádua e Itaocara. A rodovia RJ 200 liga o Município de Palma (a partir da divisa) ao Distrito de Paraíso do Tobias.
Com uma área de 306 km² de extensão e altitude média de 137 metros acima do nível do mar (sede), o Município de Miracema é composto por três distritos:
  • 1° Distrito – Miracema (SEDE)
  • 2º Distrito – Paraíso do Tobias
  • 3º Distrito – Venda das Flores.

Relevo

O relevo é acidentado em toda sua extensão, destacando-se as seguintes elevações: Pontão de Santo Antônio, Pico do Morro Azul, Pico de Santa Maria, Pico Ricardo Simão, Pico do Gavião e as Serras do Sossego, da Cascata, Alto Caboré e a de Flores.

Hidrografia

A rede hidrográfica é representada por pequenas correntes fluviais, das quais se destacam: Ribeirão Santo Antônio e Bonito e os córregos Sobreiro; Água Limpa: Serra Nova, Liberdade, Barreirinho, Duas Barras, Pirineus, etc. A bacia lacustre é formada pela Lagoa Preta e muitos açudes.

Clima

O clima é tropical, com as estações chuvosas no verão e seca no inverno. A precipitação média anual está em torno de 1.200mm de chuvas, sendo junho, julho, e agosto os meses mais secos (médias de 22,5mm/mês) e novembro, dezembro e janeiro, os meses mais chuvosos (média de 266,5mm/mês). As temperaturas são elevadas. Os meses mais quentes são dezembro, janeiro e fevereiro. Os meses mais frios são também os mais secos – junho, julho e agosto.

Solo

Os solos do município são do tipo latos solo alaranjado, podzólico vermelho – amarelo, hidromórficos e associação latossolo alaranjado podzólico.

Vegetação

Na vegetação predominam plantas rasteiras. As áreas de matas (Mata Atlântica)estão reduzidas a 9% da área do município.

Economia

Miracema, desde os seus primórdios até o fim do século XIX, contou com intensa vida econômica e social, verificando-se enorme surto progressista, época em que suas lavouras de café, arroz, milho e feijão abarrotavam os mercados, aos quais chegavam em lombos de burros, via São Fidélis, e a partir de 1883, pela Estrada de Ferro Santo Antônio de Pádua – Ramal Miracema.
Em 1891 o governo atribuiu-lhe a categoria de distrito. Com o progresso da localidade, a população passou a pleitear junto às autoridades estaduais a criação do município. Após dezesseis anos de luta, com intensa participação popular, conseguiu-se que, em 3 de maio de 1935, fosse criado o município de MIRACEMA e o instalaram festivamente em 3 de maio de 1936. Em 31 de dezembro de 1943, foi o município elevado a categoria de Comarca. Com sua emancipação político-administrativa, Miracema recuperou-se da derrocada do café e foi iniciada a cultura do algodão para abastecer a fábrica de tecidos São Martino e, concomitantemente, desenvolveu a cultura da cana-de-açúcar em ação conjunta com a Usina Santa Rosa. Foi crescendo a cultura do arroz irrigado, juntamente com a pecuária leiteira, que é a principal atividade rural do Município. As culturas de milho, feijão e café são considerados de subsistência.

História Econômica

Entre 1830 e 1930 a região exportou, em café, valores superiores aos da exportação de ouro e diamantes de Minas Gerais. Graças ao preço do café na Europa, Miracema liderou a região em um processo de enriquecimento.
Para a fabulosa produção cafeeira do período foi necessária uma enorme quantidade de mão de obra escrava.
Na década de 1930, o poder político do Estado de São Paulo obrigou Getúlio Vargas a diminuir os cafezais do Rio de Janeiro, destruindo todas as lavouras existentes em Miracema. O café fornecia 80% dos recursos do município.
Nas décadas de 60 e 70 seus canaviais submergiram na onda verde da cultura tecnificada ocorrendo uma diminuição sensível da renda do município.
Por último o arroz, que ainda segurava a economia, foi suplantado pela eficiência e tecnologia dos Estados do Sul do país na década de 1980.
A cidade de Miracema torna-se assim detentora de um enorme contingente de pessoas egressas do trabalho na lavoura e praticamente 80% afro descendentes.

A Imprensa Miracemense

Segundo o jornalista, escritor e poeta Bruno de Martino, em seu artigo 'Origem e Projeção da Imprensa Miracemense', publicado no jornal Estado Novo nº 59, de 1939, "Miracema desde a idade em que engatinhava deu-se por inteira aos surtos das letras. O seu número reduzido de intelectuais se contrastava com a alentada quantidade de homens da lavoura e do comércio, a todo momento inquietados pelos facínoras que a faziam de doce refúgio". Pois foi assim, nesse clima, em que bandidos ditavam a lei, que surgiu o nosso primeiro jornal - O DISTRITO - fundado por João Antonio Hassel em 18 de novembro de 1896. Com sua coragem, João Antonio Hassel denunciava os terríveis crimes cometidos em Miracema e a revolta da escassa população.
Em 4 de dezembro de 1898, circulou o primeiro número de O Miracemense, de Firmino de Carvalho (Pai de Barroso de Carvalho). Foi em suas colunas que o jornalista abateu para sempre a ambição dos mineiros que pleiteavam a todo o instante a posse do então 2º distrito de Santo Antonio de Pádua. Com o seu falecimento em 17 de agosto de 1900, O Miracemense passou a ser redigido pelo português Adriano do Vale, que por acaso veio parar em Miracema. Tendo sido absolvido, após tentar contra a existência do Imperador D. Pedro II à saída de um teatro no Rio de Janeiro, Adriano resolveu viajar pelas localidades fluminenses como agrimensor prático. Aqui chegando, passou pela tipografia de O Miracemense onde ouviu um grupo comentar em voz alta os sucessos que o haviam absolvido, pois alguém havia levado ao jornal a notícia de sua chegada. Foi quando o mais novo dos que conversavam disse: "Não o conheço mas teria grande honra em fazê-lo meu amigo!". Era Firmino de Carvalho. No mesmo instante, Adriano do Vale entrou e deu-se por conhecido.
Em 1901, circulou O MIRACEMA, de Antonio Costa. Em 14 de abril do mesmo ano, surgiu A TROMBETA e em 1º de junho de 1902, A SEMANA, ambos com redação do poeta e professor Mário Fontoura e A. Roussiliers, que devido a problemas políticos, foi forçado a substituir seu nome pelo pseudônimo I. Roma. Ainda de 1902 são: A BRISA, de João Moraes Júnior; O CROMO, de Heitor Leal, ambos de pequeno formato, dedicados ao público infantil; A ASA; O MELRO; A SÁTIRA; O BALUARTE e O BIJOU.
Em 1905 foi a vez de O AGRÁRIO, de Francisco Perlingeiro, órgão do partido político do Clube Agrícola de Miracema, que era editado na Fazenda do Tyrol, em Venda das Flores. Contribuiu muito com as classes produtoras e com o progresso da região. Em 1907, saía aos domingos O ARAUTO. Depois vieram O CORREIO DE MIRACEMA, de Clenório Bastos; O MUNICÍPIO; A NORMA (1909); O BLOCO (1915), de Lucas Damasceno e Lino Alves; A VERDADE, de Lauro Martins e Contran de Carvalho; A GAZETA DOS NAMORADOS (1923), jornal humorístico da mocidade miracemense; A NOVA PHASE (1925), de Barroso de Carvalho e Antero Perlingeiro. Também em 1925 surgiu o LIBERTAS, de Melchíades Cardoso - órgão do Partido Separatista de Miracema, que acompanhou passo a passo a campanha separatista de 1925 a 1934.Surgem ainda O REBATE (1926), de Sinval Bernardino de Barros, que se propunha a defender os interesses do município de Pádua; MIRACEMA ILUSTRADA (1927), de Bruno de Martino; O PAPAGAIO (1928), de Jamil Félix, David Chacar e Miguel Barros - órgão de críticas leves e humorismo fino; O JAZZ (1928), de Wady Miguel - órgão de propriedade da elite miracemense; MIRACEMA SPORT (1929), de José Naegle, Dyrcêo Braga e Fued Damian; A MARRETA (1929), de Miguel Barros, Euclydes Jannotti, Manoel Moraes Mattos e Benedito Alves da Silva - órgão crítico, humorístico e noticioso; O ESTADO DO RIO, de Bruno de Martino; O DIÁRIO DE MIRACEMA, de Altivo Linhares e Bruno de Martino; O LIBERAL (1931), de Altivo Linhares - órgão dos Legionários de 1930; O BRASIL DE AMANHÃ, de Arthur Pinto Júnior e Othério Andretti - órgão da mocidade miracemense; A COISA (1931), órgão crítico da mocidade miracemense; MIRACEMA JORNAL (1933), de José Naegle; CORREIO DO POVO (1935), de Bruno de Martino; A DEFESA (1937), de Paulino Machado - jornal manuscrito - pagava-se a locação pela leitura (2 réis); ESTADO NOVO, de Humberto de Martino, posteriormente dirigido por Danilo Cardoso; JORNAL DE MIRACEMA (1949), de Antonio F. Carvalho; O LIBERTADOR (1953), de Altivo Linhares - órgão do Partido Libertador; O MOMENTO DE MIRACEMA (1971), de Édson Monteiro de Barros; O PORTA-VOZ (1979), de Geraldo Ivan Andrade, atualmente dirigido pelo jovem Júlio César Moreira Santos; DOIS ESTADOS, de Laelson Marques de Barros; O TEMPO, de José Renato Martins Mercante, e finalmente PÁGINA UM, de Marcelino Alvim Tostes."

Miracemenses famosos

  • José Itamar de Freitas, ex-diretor do programa Fantástico
  • celio silva, ex-jogador de futebol,

    Quem nasce em Miracema é miracemense


    Fonte: Wikipedia